domingo, 13 de dezembro de 2015

NATAL EM NEPAL - 1847 - CONTO DE NATAL - 03 - CHRISTMAS IN NEPAL - 1847 - CHRISTMAS TALE - 03


         NATAL EM NEPAL - 1847  - CONTO DE NATAL - 03



                                             

NEPAL - 1847

PUSHKAR 

...Ouvindo o cantorio do mantra . Encostada quase próxima à porta, onde se via um lindo lago. Quase perdida num mundo totalmente fora do meu controle. Nada civilizado, apenas um pequeno número de pessoas indianas, que lá estavam...

Era Dezembro , Ano de 1847. 

Vestida com sari ou conhecida como saree .  A idéia de se descobrir minhas raízes vieram tão profundamente em meu coração, que precisava desvendar o mistério sobre : quem eu era, da onde eu vim. A minha busca interna, cobrava um passado religioso , da qual perguntas sem respostas, apenas seguimentos de regras. Lógico, que tudo, para mim era visto como algo natural, Mas era preciso  saber mais.

A minha viagem demorou uma eternidade (ao meu conceito) pois , a precariedade de chegar num lugar tão longe, me fez acreditar que tudo era em vão. Até que, enfim cheguei a Pushkar.  Tudo muito longe. 
O lugar era magnífico. Não havia nada ao redor. Sómente a natureza e a beleza de um lugar inexplorado.

Filha de um Francês com uma Indiana. Não pude conhecer minha mãe.  Como meu pai mencionava, era uma mulher de estatura média, com um olhar penetrante. Meu primeiro nome, foi em homenagem a minha mãe, Jaya que, em seguida, veio o segundo nome,  mais conhecido como Marie. 
Meu Pai foi um grande explorador de Terras e sua paixão pela Ásia, fez com que ele procurasse os mistérios da Vida Espiritual. Sua paixão era regido, pela exploração de lugares exóticos e totalmente fora do conceito civilizado. 

- Jaya ?

Olhei com calma, pois tudo vinha ao pensamento, o momento de estar lá. 

- Tome ! Beba esse chá.  (chíyã)  disse - Ramani

Ramani , era uma mulher mais velha que eu, a cor laranja da sua roupa, se destacava com o seu belo sorriso.  
- Obrigada.  ( dhanyabad ) Retribui a atenção.

Eu, Ramani, Rajev e Ratna tivemos uma forte ligação. Não sei explicar. Sabe aquele momento, que você é apresentada para uma pessoa, pela primeira vez, e cria uma sintonia de empatia? Nosso encontro foi assim. De querer fazer tudo por alguém. De ajudar.

Apesar da exuberância da Natureza, era bem precário o conceito moradia. Pensava nas dificuldades que elas passavam. Eu era, uma novidade. Mil perguntas, fizeram. Mas sabiam que eu era descendente delas.

Ratna era a mais falante. Quis saber de toda a minha procedência.  Foi a que mais me ensinou como cuidar da alimentação,  tudo que se comia, era um ritual. O mantra de louvor sobre os alimentos, era um verdadeiro caminho de limpeza para a aceitação do nosso corpo e alma. 

Rajev era compenetrada. Nada fazia antes de ter certeza, se estava no caminho certo. A voz que entoava o canto dos mantras, nos deixava inebriadas com a sincronização de tom e voz. A concentração de inúmeras vezes falada, entrava no âmago dos nossos corações. Era realmente determinante toda a sincronia na oração . 

Ramani, por ser a mais velha de todas, era como se fosse a nossa mãe. Dizem que ela conheceu minha mãe.  Mas ainda não tinha certeza do legado.

Era Dezembro que para mim, parecia que não existia a noção do tempo. Os frios alternados com dias claros , não tão rigorosos, porém num prenuncio de tempo mais frios, para os meses posteriores. Me fazia lembrar, a tão festejada data natalina. 

Não fui orientada pelo meu pai sobre os costumes religiosos, aprendi na escola, toda a formalidade de uma religião cristã .  E ali estava, para desvendar a minha essência. Será que acreditavam no Salvador ? 

Falando com Ramani sobre a Data tão comemorada e seus princípios, Ramani acreditava sim, mas a verdade sobre o Salvador do Mundo se tratava de ser um ato respeitável, só.  As festividades aos Deuses eram comemorados entre Setembro e Outubro - Dashain.

Os princípios religiosos de ambas partes foram fazendo parte de mim, onde cada uma, foi me ensinando o que tinha de bom e melhor. 
Um lado, a vida da minha mãe contada pelos costumes daquelas pessoas. Marcada pela pobreza, pela abstinência.
Do outro lado, à do meu Pai. Que pouco me ensinou, porém me direcionou para Educadores , na grande parte de sua ausência.

Natal chegou.
Abri meu pequeno caderno - anotei:

 Natal em Nepal - 1847.

Olá ,Nepal .

Hoje faz frio, o Inverno será rigoroso. Vejo o por do sol , aqui em vista ao lago. Minha pequena casa temporária ficará na memória. Logo voltarei para o meu destino.
Olhando para o céu, meu pensamento festeja a Data tão linda. O nascimento do Salvador virá a meia-noite . 

Sei que não haverá comemoração, mas dentro de mim, estarei em oração. Sou grata por saber que, num momento tão especial como este, neste lugar, tão pequeno no mapa, conheci pessoas que me fizeram vêr um lado tão humano. Que me fizeram sorrir mais ,apesar da falta de motivos. Que me ensinaram a valorizar cada ato de minha vida. Que o significado Vida é o milésimos de segundos , entre o fazer, doar, curvar, orar, cantar, meditar, amar. 

Quantos abraços que deixamos de dar, pois não acreditamos que seja relevante para nós? Entre as pessoas daqui, aprendi a abraçar mais.

Quanta gratidão que esquecemos de dar, por um bom dia, quando o sol começa apontar no horizonte ? Por uma alegria no semblante de uma criança? Pela a natureza que nos dá alimentos? Aqui, nestas pequenas pessoas de grande coração,  aprendi que tudo é  ligado entre a Terra e o Céu e que o Universo é o nosso Centro de Transformação, de onde lá, viemos , de onde lá, voltaremos. 

 Aprendi a ter GRATIDÃO, por tudo e por todas as coisas.

Aprendi que a Religião é um conceito do Homem. 
E que os sentimentos AMOR, PAZ, ALEGRIA, HARMONIA, LUZ, RESPEITO,  HUMILDADE, é que determina quem você é.

Aprendi a Amar a vida de minha mãe. Aprendi a vivenciar a vida do meu pai. Entre o AMOR deles, não houve barreiras, religião, princípios. 
É isto que precisamos.
É disto que o Mundo precisa.

Adorei te conhecer Nepal. Agora sei, que tenho uma linda família aqui. Vou embora, mas voltarei, pois a minha casa Pushkar, estará sempre de portas abertas.


FELIZ NATAL !


CARLA MONTEIRO - AUTORIA





CHRISTMAS IN NEPAL - 1847 - CHRISTMAS TALE - 03


NEPAL - 1847

PUSHKAR

... I hear the song of the mantra. Leaning almost next door, where they saw a beautiful lake. Almost lost in a world totally out of my control. Nothing civilized, only a small number of Indian people who were there ...

It was December Year 1847.

Dressed in sari or saree known as. The idea of ​​discovering my roots came so deeply in my heart that needed to unravel the mystery about: who I was, where I came from. My inner search, charged a religious past, which unanswered questions, just rules segments. Of course, everything, for me it was seen as something natural, but had to know more.

My trip took forever (to my concept) because the precariousness of getting a place so far, made me believe that it was all in vain. Until at last I came to Pushkar. All too far.
The place was magnificent. There was nothing around. As few as the nature and beauty of an unexplored place.

Daughter of a French with Indiana. I could not meet my mother. As my father mentioned, she was a woman of average height, with a penetrating gaze. My first name was in honor of my mother, Jaya who then came the second name, better known as Marie.

My father was a great explorer of Land and his passion for Asia, made him seek the mysteries of spiritual life. His passion was governed by exploring exotic places and totally out of the civilized concept.

- Jaya?

I looked calm, as everything had been thought, the time to be there.
- Take! Drink this tea. (Chiya) said - Ramani

Ramani was an older woman I, the orange color of his clothes, stood out with his beautiful smile.
- Thanks. (Dhanyabad) Repel attention.

I, Ramani, Rajev and Ratna had a strong connection. I do not know how to explain. You know that moment, you are presented to a person for the first time, and creates a line of empathy? Our meeting was so. To want to do everything for someone. To help.

Despite the exuberance of nature, the concept was very precarious housing. I thought about the difficulties they passed. I was a novelty. A thousand questions, they did. But I knew that I was a descendant of them.

Ratna was more talkative. I wanted to know all my origin. Was the one that taught me how to take care of food, all they ate was a ritual. The mantra of praise about the food, it was a real cleaning path for the acceptance of our body and soul.

Rajev was earnest. Nothing made before to make sure if was on track. The voice that sang the songs of mantras, let us inebriated with the tone and voice synchronization. The concentration of repeatedly spoken, came at the core of our hearts. It was really decisive entire sync in prayer.

Ramani, being the oldest of all, it was like our mother. They say she met my mother. But still was not sure of the legacy.

It was in December that for me, it seemed that there was no sense of time. Alternating with cold clear days, not so strict, but a foreshadow of colder weather, to the subsequent months. It made me remember the much celebrated Christmas date.

I have not been guided by my father on religious customs, learned at school, all the formality of a Christian religion. And there were, to unveil my essence. They did believed in the Savior?

Speaking with Ramani on the date so celebrated and its principles, Ramani believed yes, but the truth of the Saviour of the World it was to be a respectable act alone. The festivities Gods were celebrated between September and October - Dashain.

The religious principles of both parties have been a part of me, where each was teaching me what was good and better.

First, the life of my mother told by the customs of those people. Marked by poverty, abstinence.
On the other hand, to the Father. That taught me a little, but directed me to Educators in most of his absence.

Christmas came.

I opened my little notebook - noted: Christmas in Nepal - 1847.

Hello, Nepal.

Today it's cold, the winter will be severe. I see the sunset here in view of the lake. My little temporary home will be remembered. Soon I return to my destination.
Looking at the sky, my thoughts celebrates the date as beautiful. The birth of the Savior will come to midnight.

I know that there will be no celebration, but inside me, I am in prayer. I am grateful to know that in a moment as special as this, in this place, so small on the map, I met people who did see me as human side. That made me smile more, despite the lack of reasons. Who taught me to appreciate every act of my life. The life meaning is the milliseconds, between doing, give, bow, pray, sing, meditate, love.
How many hugs that we fail to give because we do not believe that is relevant to us? Among the people here, I learned to embrace more.

How grateful we forgot to give, on a good day, when the sun begins to point on the horizon? By a joy on a child's face? The nature that gives us food? Here, these little people of great heart, I learned that everything is connected between the earth and the heaven and the universe is our Transformation Centre, where there, we came from, where there return. I learned to have GRATITUDE for everything and for everything.

I learned that religion is a concept of Man.

And the feelings LOVE, PEACE, JOY, HARMONY, LIGHT, RESPECT, HUMILITY, that determines who you are.

I learned to love the life of my mother. I learned to live the life of my father. LOVE between them, no barriers, religion, principles.

This is what we need.
This is what the world needs.

I loved meeting you Nepal. Now I know, I have a beautiful family here. I'm leaving, but I will return, because my house Pushkar, is always open doors.

MERRY CHRISTMAS !

CARLA MONTEIRO - AUTHOR


Saiba mais sobre - PUSHKAR

https://www.facebook.com/permalink.php?id=191062074268585&story_fbid=917196624988456





Nomes Indianos e seus significados.

RAMANI = Linda Garota
RAJEV = Lótus - flor de lótus
JAYA = Vitória
RATNA = Sancristo - Gen Gena


Indian names and their meanings.

Ramani = Beautiful Girl
RAJEV = Lotus - lotus flower
JAYA = Wins
RATNA = Sancristo - Gen Gena

Segue vídeo -Viagem - YATRA .

YATRA - VÍDEO 



                                                         #natalemnepal1847

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